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O universo do Design Instrucional (DI) está passando por uma transformação significativa com o avanço das tecnologias de Inteligência Artificial (IA). A crescente aplicação de ferramentas baseadas em IA no DI está impulsionando uma série de mudanças, tanto positivas quanto desafiadoras, para os profissionais dessa área. Neste artigo de opinião, discutiremos os possíveis impactos dessas novas ferramentas de IA, abordando questões éticas e práticas, como empregabilidade e eficácia.

A chapa já está quente!

“A chapa está esquentando!”. Assim o historiador Yuval Harari começa seu capítulo 19, sobre Educação, no livro “21 Lições para o Século 21”, lançado em 2018. Nele, Harari nos alerta sobre o que estaria prestes a ocorrer no mundo com o advento da Inteligência Artificial Generativa, com processamento de linguagem natural: “A inteligência artificial (IA) não é apenas uma nova tecnologia, é uma nova forma de inteligência. É uma inteligência que pode aprender e se adaptar mais rápido do que qualquer humano, e pode acessar e processar informações muito mais do que qualquer humano pode. Isso significa que a IA tem o potencial de revolucionar a educação de muitas maneiras, mas também tem o potencial de criar novos riscos e desafios.” A ver!

O lado bom das ferramentas de IA

As novas ferramentas de IA são uma realidade cada vez mais presente e promissora. Para o Design Instrucional, elas oferecem possibilidades de criar conteúdos educacionais personalizados, adaptativos, interativos e engajadores, que podem atender às necessidades e preferências de diferentes públicos e contextos, o que parece assustador em princípio. Além disso, elas podem facilitar bastante o trabalho de profissionais de DI.

As principais vantagens das novas ferramentas de IA no design instrucional são:

As principais vantagens das novas ferramentas de IA no design instrucional
Personalização e adaptação do conteúdo: com a IA, é possível criar materiais educacionais altamente personalizados, adaptados às necessidades individuais de cada participante, utilizando algoritmos de aprendizado de máquina para analisar dados dos estudantes e ajustar o conteúdo com base em suas preferências, estilos de aprendizagem e níveis de habilidade.
Automação de tarefas repetitivas: a IA possibilita a automação de tarefas repetitivas e mecânicas no design instrucional, como formatação de conteúdo, geração de avaliações e criação de recursos visuais.
Economia de tempo: a utilização de ferramentas de IA no Design Instrucional permite aos profissionais economizarem tempo, concentrando-se em tarefas mais complexas e criativas.
Eficiência no planejamento e criação de conteúdo: com algoritmos de aprendizado de máquina que processam linguagem natural, a IA analisa grandes volumes de dados e identifica padrões, auxiliando na geração automática de experiências de aprendizagem personalizadas, envolventes e eficazes.
Melhoria do engajamento: com a personalização dos materiais, cada aprendiz recebe conteúdos mais relevantes e adequados ao seu ritmo e estilo de aprendizagem, o que aumenta significativamente o engajamento na experiência educacional.
Análise de dados para feedback e melhorias: a IA pode analisar dados de desempenho dos estudantes, identificar padrões e fornecer feedback em tempo real, permitindo aos designers instrucionais ajustar o conteúdo e estratégias de ensino para tornar as experiências de aprendizagem mais eficazes.
Desenvolvimento de chatbots educacionais: os designers instrucionais podem criar chatbots educacionais baseados em IA para fornecer suporte aos aprendizes, responder a perguntas comuns e oferecer assistência personalizada durante o processo de aprendizagem.
Criação de simulações e ambientes virtuais: com a IA, os designers instrucionais podem criar simulações em ambientes virtuais mais realistas e interativos, melhorando a inteligência artificial dos personagens virtuais e tornando as simulações mais imersivas e desafiadoras.
Gerenciamento de aprendizagem adaptativa: a IA com o gerenciamento de grandes volumes de dados educacionais, permite que os designers instrucionais acompanhem o progresso dos alunos e identifiquem áreas de melhoria. A aprendizagem adaptativa, impulsionada pela IA, permite que os materiais se ajustem automaticamente com base no desempenho individual dos participantes.

Tudo tem dois lados!

Embora a IA traga todos benefícios listados, sendo revolucionária em termos de eficiência, ela também traz consigo aspectos muito desafiadores a todos os profissionais, incluindo quem atua com DI, vejamos alguns:

Ameaça à criatividade dos profissionais de DI: a automação trazida pela IA pode reduzir a oportunidade de exercer criatividade e inovação no processo educacional, levando os designers a perderem o toque humano em favor de soluções padronizadas e genéricas.
Viés e desigualdades: a IA treinada com base em dados existentes pode reproduzir viés e desigualdades presentes na sociedade. Os designers instrucionais devem ser cautelosos ao usar a IA e garantir conteúdos inclusivos e imparciais.
Necessidade de atualização constante: a IA está em constante evolução, e os designers instrucionais precisam se manter atualizados com as últimas tecnologias e tendências para aproveitar ao máximo seu potencial.
Resistência à mudança: a adoção da IA pode encontrar resistência entre os profissionais do design instrucional, exigindo conscientização e treinamentos para capacitar os profissionais de DI a aproveitar o potencial da IA em benefício de sua prática profissional.
Responsabilidades éticas e de privacidade: os designers instrucionais devem garantir a ética no uso da IA, especialmente na coleta e análise de dados dos aprendizes. A privacidade e segurança das informações pessoais dos alunos devem ser priorizadas.

Empregabilidade

A introdução de ferramentas de IA no design instrucional tem gerado apreensão entre os profissionais da área em relação à empregabilidade e há um sentimento recente de “atropelamento” frente às incontáveis ferramentas de IA que são lançadas todos os dias nos últimos meses.

Em termos práticos, a IA pode ter um impacto significativo na empregabilidade dos profissionais, incluindo aqueles na área do Design Instrucional, em um futuro bem próximo. Por um lado, a IA pode automatizar algumas tarefas que são atualmente realizadas por designers instrucionais, o que pode levar à perda de empregos. Por outro lado, essa tecnologia também poderá criar novas oportunidades de emprego para aqueles profissionais que sejam capazes de desenvolver e utilizar essas novas ferramentas e tecnologias.

À medida que a automação assume tarefas antes realizadas manualmente, pode haver preocupações com a redução de postos de trabalho. No entanto, é importante lembrar que a IA é uma ferramenta para auxiliar o trabalho humano e não substituí-lo completamente.

Caberá ao profissional de DI o desafio de se adaptar às mudanças e aproveitar as vantagens da IA, como a personalização da aprendizagem, para aprimorar suas habilidades e oferecer entregas cada vez mais valiosas e especializadas.

Harari encerra seu capítulo sugerindo aos profissionais de educação que continuem a se aprimorar tecnicamente, mas também que, cada vez mais, frente à nova realidade, invistam tempo e esforço em adquirir habilidades e competências que serão fundamentais e muito complementares às inteligências de máquina. Elas são as soft skills denominadas 4C education, termo que se refere a uma abordagem educacional focada no desenvolvimento de quatro habilidades-chave (4C’s) consideradas essenciais para o sucesso na sociedade contemporânea. Essas habilidades são fundamentais para preparar os profissionais para enfrentar os desafios do século XXI e se destacarem em um ambiente em constante evolução. As quatro habilidades-chaves são:

Criatividade (Creativity): capacidade de pensar de forma original, gerar ideias inovadoras, resolver problemas complexos e encontrar soluções criativas para desafios diversos.
Colaboração (Collaboration): capacidade de trabalhar efetivamente em equipe, comunicar-se de forma clara e respeitosa, compartilhar conhecimento e habilidades, e cooperar na busca de objetivos comuns.
Comunicação (Communication): capacidade de expressar ideias de forma clara e persuasiva, ouvir ativamente, compreender as necessidades dos outros e se comunicar de maneira eficaz em diferentes contextos.
Pensamento Crítico (Critical Thinking): capacidade de analisar informações de forma objetiva, avaliar argumentos, identificar falácias, tomar decisões fundamentadas e resolver problemas complexos de maneira lógica e fundamentada.

A ênfase no desenvolvimento dessas habilidades é uma resposta ao panorama atual, que exige dos indivíduos uma capacidade adaptativa diante de mudanças rápidas, uma mentalidade inovadora para enfrentar novos desafios e a capacidade de colaborar efetivamente com outras pessoas em um mundo cada vez mais incerto e interconectado.

Conclusão

As novas ferramentas de IA no universo do design instrucional têm o potencial de revolucionar a maneira como o DI é desenvolvido e entregue. Os benefícios são muitos, mas também surgem desafios éticos e instabilidades de cenário.

Portanto, será cada vez mais essencial que os profissionais da área se mantenham atualizados com as tendências tecnológicas e éticas para aproveitar os avanços da IA, alavancando suas habilidades e conhecimentos em prol de uma educação de qualidade e inclusiva. A colaboração entre a inteligência artificial e o toque humano pode ser a chave para uma evolução significativa no design instrucional e, consequentemente, no desenvolvimento educacional de forma mais ampla.

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